segunda-feira, 21 de novembro de 2011

A Lei como Sombra


Ora, visto que a lei tem sombra dos bens vindouros, não a imagem real das coisas,
                                       (Hebreus 10:1a)

Eu, particularmente, não consigo compreender como que pessoas boas e bem intencionadas conseguem formular doutrinas para a Igreja amparada no Velho Testamento.
Uns levantam o estandarte do sábado, outros do sangue, outros das festas e assim vão; meu Deus! Isto porque não discernem que o grande mistério de Deus oculto no Velho Testamento, mas revelado aos Seus escolhidos, é Cristo. Toda parte cerimonial e moral da Lei apontava para Cristo. Por este motivo que o Velho Testamento foi sombra dos bens vindouros e não a imagem exata das coisas. Tudo o que a Lei fez foi prefigurar Jesus Cristo. Pois Nele está a perfeição. Veja, se eu estivesse de costas para o sol, eu projetaria uma sombra. Eu poderia olhar para aquela sombra e dizer muito bem com o que me pareço. Pois bem, a Lei apenas lançava uma sombra da vinda do Senhor Jesus.
Aqueles sacrifícios que eram oferecidos ano após ano, jamais fizeram chegar à perfeição. Jesus, no Evangelho de São Mateus, disse: “Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai, que está nos céus”. Como você pode ser tão perfeito quanto Deus é perfeito? Agora, a Lei tendo uma sombra dos bens futuros, nunca pode aperfeiçoar o adorador. E por que não? Porque não havia nada além de uma sombra. No Velho Testamento, quando eles iam fazer um sacrifício, o homem trazia um cordeiro. Ele o trazia ao sacerdote, e ele confessava seus pecados, colocava as mãos sobre a cabeça do cordeiro, e dizia a Deus que sentia muito pelo que ele tinha feito. Observem, então o homem saía dali não aperfeiçoado (Hebreus 10:4). Ele saía dali com o mesmo desejo em seu coração de ir e fazer a mesma coisa errada que ele fez anteriormente. E por que ele tinha o mesmo desejo? Porque não foi aperfeiçoado, não houve um novo nascimento, uma regeneração, um batismo no Espírito Santo. Por que ele estava vivendo em uma sombra.
O que acontecia quando se oferecia sangue de animais pelos pecados? As células sangüíneas do cordeiro, que era uma sombra do Cordeiro de Deus, tinham sido rompidas. Porém, quando aquela célula sangüínea era rompida e rebentada, a vida que estava naquela célula sangüínea, daquele animal inocente, não poderia voltar no adorador. Por isto o sangue de animais apenas cobria o pecado. Mas isto era o que a sombra oferecia. Porém vindo a imagem perfeita daquilo em Cristo, o Cordeiro de Deus purificou o adorador de uma vez por todas.
Tendo sido purificados uma vez por todas, não mais teriam consciência de pecados? (Hebreus 10:2)
Jesus Cristo, com uma só oblação, aperfeiçoou para sempre os que são santificados. Aperfeiçoados por quanto tempo? Para sempre. E quando você impõe suas mãos, pela fé, sobre o Sacrifício provido e aceito por Deus, que é absolutamente perfeito, o Sangue vertido volta em forma de Espírito Santo sobre o adorador. A vida do Sangue veio sobre Sua Noiva. Isto é a Pessoa, o próprio Espírito Santo, o Cristo ressurreto. Este Sangue agora dá vida a um corpo, a Igreja. E como entramos neste corpo? “Por um Espírito somos todos batizados, formando um corpo”. E em Romanos 8:1.
“Portanto, agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito”. Agora, a revelação de Deus ao Seu povo vai se desenrolando no decorrer das eras e tudo se encaixa no seu devido lugar, como um grande quebra-cabeça. Tudo que era vivido apenas como sombra no Velho Testamento, tornou-se perfeição através de Cristo. Portanto, ninguém pode simplesmente andar em um mandamento do Velho Testamento, sem o devido discernimento para a Igreja, a menos que seja um judeu. Os Evangelhos, as Epístolas e todo Novo Testamento, não estão trazendo a Lei, mas o que Ela representa. Observe isto, Moisés subiu ao Monte e recebeu a Lei de Deus e entregou ao povo. Ninguém duvida que Moisés era uma figura de Cristo. Ele era a sombra do Senhor. Então, quando esta sombra se tornou a imagem perfeita? Ora, quando Cristo subiu à montanha e disse: “assim disse Moisés; Eu, porém, vos digo”. E o que Ele fez então? Magnificou a Lei moral ao padrão da perfeição. Exemplo disso é a questão do adultério, o sétimo mandamento:
Ouvistes que foi dito: Não adulterarás. Eu, porém, vos digo: qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração, já adulterou com ela. (Mateus 5:27-28)
Leia o sermão da montanha e observe este paralelo. Toda Lei moral foi magnificada em Cristo, a perfeição, pois agora seria Ele cumprindo em nós pelo Espírito Santo. Aquela vida do Sangue que nos redimiu, voltaria no pentecostes, aleluia. É por causa disto que toda Lei de Moisés não pode aperfeiçoar o povo Hebreu, mas em Cristo foi elevada a um padrão de perfeição (Hebreus 9:9). Assim a Igreja é perfeita em Cristo. Não apenas mandamentos ou regras para vangloriarmos na própria carne, mas um estilo de vida, espiritual, Nele, em Cristo Jesus. Tudo agora é novo, uma regeneração, um novo nascimento, um batismo no Espírito Santo. Portanto, não fica difícil entendermos a questão do sábado, quando discernimos estas coisas. Quando enxergamos a Lei magnificada em Cristo. Paulo chegou a dizer: “o fim da Lei é Cristo”. No tocante a Lei cerimonial envolvendo as festas, os sacrifícios, as luas novas e os sábados; tudo isto apontava para uma Única Pessoa, o Senhor Jesus Cristo.

(Pequeno trecho do livreto: "Porque não Devemos Guardar o Sábado", por pastor João Gonçalves)

Deus em Simplicidade

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Identificados com Cristo

O homem que não vive a Palavra é semelhante ao que olha no espelho e: logo esquece sua aparência. O homem precisa resgatar a sua verdadeira aparência. A sua verdadeira imagem. Fomos feitos a imagem e semelhança de Deus. E se viemos de Deus, a Bíblia é o nosso espelho. O espelho projeta a nossa imagem. O espelho projeta a imagem que está diante dele, projeta o que somos. A Bíblia vai projetar o que devemos ser. A nossa verdadeira identificação.
Agora o que é identificação? É processo de assimilação de um sujeito para outro, a ser transformar com a aquilo. Identificados com Cristo é assimilar a Sua natureza e ser transformado Nele. Agora se olharmos no espelho com que nos parecemos? Todos nós estamos buscando alguém para nos identificarmos. Os jovens, os velhos, as mulheres e muitas vezes o este nosso espelho está no mundo.
Todavia se olharmos nas Escrituras, com que nos parecemos? Vamos identificar a nossa presente condição com personagens da Bíblia de outras eras. Caso vivêssemos nos dias de Noé, estaríamos identificados com sua mensagem sem lógica de que choveria? Ou nos dias de Elias, estaríamos identificados com a mensagem de um profeta que só trouxe juízo sobre o povo chamado de Deus? Ou no tempo de João Batista e do próprio Cristo, com quem estáriamos identificados, com um elitismo de um clero cheio de teologia ou com uma mensagem que atraia apenas uma plebe considerada maldita? Pense nisto.
Nós fomos feitos a imagem e semelhança de Deus. Assim foi feito o homem. Então deveríamos parecer com Deus, esta é a nossa identificação. Todavia o homem pecou e a imagem foi deformada. O homem é um pecador, vem ao mundo falando mentiras. Está identificado com o pecado, com o diabo, portanto. Mas o último Adão (Cristo) venceu o pecado. Foi feito pecado em nosso lugar. Sabe para quê ele veio? Para se identificar com o homem.

1º Ele se tornou homem
2º Tomou os pecados dos homens
3º Tomou as dores dos homens
4º Tomou as enfermidades dos homens
5º Tomou a morte dos homens


Para que Ele fez isto? Para nós podermos ter o direito de nos identificar com Ele novamente. Deus estava em Cristo, completamente identificado Nele. Ele era o reflexo, a imagem do Deus invisível. E esta imagem se fez carne e habitou entre nós. Mas o que era esta imagem Nele se não o Verbo de Deus! “No principio era o verbo...o verbo era Deus”. A Palavra era Deus. A Palavra é a maneira de está identificado com Cristo. A Palavra tem que está em mim, no meu coração, na minha vida. A Palavra em nós é Deus em nós. A identificação estava em Deus se materializando, a Palavra se tornando carne. O que Ele estava fazendo? Ele estava nos redimido, apanhando de volta o que caiu. Deus estava refletindo seu caráter em um homem chamado Jesus Cristo. Depois Cristo morreu a nossa morte na cruz. Seu Espírito veio sobre os discípulos no dia de Pentecostes. Aquilo era Deus refletindo agora em Sua igreja: em Pedro, em Tiago, em João e a todos quanto Deus viesse chamar... Todos eles estavam refletindo a Cristo. Eles estavam agora dando testemunho das coisas celestiais, como Cristo fizera. A noiva faz o mesmo que o Noivo.
Como seremos identificados com Ele? Dizendo: eu sou cristão, sou evangélico, sou de Deus. Não, sua vida fala mais alto que suas palavras. Um pensamento na terra fala mais alto no Céu que 1000 palavras. Somente refletindo a Sua Luz. Somente expondo o sinal. Que agora não é o Sangue, mas o Espírito, a vida do Sangue. E esta vida é Cristo. Ele é tudo em nós e fazemos tudo em Seu Nome.
O que significa esta Identificação? Significa nossa completa união com Ele em Seu sacrifício de substituição. O ensinamento de identificação é o lado legal da redenção. Isso desvenda para nós o que Deus fez em Cristo por nós, desde o tempo que Ele foi a cruz, até sentar-se a destra do Pai; ou por que não dizer, desde antes da fundação do mundo. Cristo se tornou um conosco em pecado, para que nos tornemos um com Ele em justiça. Ele se tornou como nós éramos para que pudéssemos ser como Ele é agora. Há uma junção dupla: A Primeira, Sua junção com o nosso pecado e a humanidade na cruz; Segundo, nossa junção com Ele em Sua glória no trono. No fato da Identificação, nós temos uma das mais ricas fases da redenção. Quando essas verdades realmente ganharem ascendência em nós, elas nos farão super-homens espirituais. Isso é um desvendamento do que nós somos em Cristo, como o Pai nos vê no Filho. Será o fim da fraqueza e falha. Não haverá mais luta por fé, pois, todas as coisas são nossas. Não haverá mais oração por poder, pois ele está em nós. Não haverá mais a terrível escravidão da consciência do pecado, pois nós somos a justiça de Deus em Cristo. O ensinamento de identificação é o lado legal da nossa redenção. Isso revela a nós o que Deus fez em Cristo por nós, desde que Ele foi a cruz, até quando se sentou a destra do Pai. O lado vital da redenção é o que o Espírito Santo, através da Palavra, está fazendo em nós agora. Este é o grande drama desvendado, esta é a grande vitória da Igreja. Está cruscificado em Cristo, morto em Cristo, ressucitado em Cristo e está assentado nas regioes celestiais em Cristo. Agora o Seu Espirito está em nós, a Sua Palavra está em nós, não podemos fazer nada diferente, pois não somos nós mas Ele quem faz.



Pr. João Gonçalves